WASHINGTON D.C., 2 de dezembro de 2021 ¨C Aproximadamente 85 milh?es de pessoas na Am¨¦rica Latina e no Caribe t¨ºm algum tipo de defici¨ºncia, o que representa 14,7 por cento da popula??o total, segundo um novo relat¨®rio do Banco Mundial. O relat¨®rio aborda as barreiras f¨ªsicas e jur¨ªdicas enfrentadas pelas pessoas com defici¨ºncias e a necessidade de novos esfor?os de inclus?o desse grupo para construirmos um futuro mais pr¨®spero e resiliente. Segundo dados globais, a exclus?o de pessoas com defici¨ºncias pode representar uma perda de cerca de 3 a 7 por cento do PIB de um pa¨ªs.
No ?mbito do Dia Internacional das Pessoas com Defici¨ºncia, comemorado no dia 3 de dezembro, o relat¨®rio aponta que uma entre cada tr¨ºs fam¨ªlias da regi?o tem pelo menos uma pessoa com algum tipo de defici¨ºncia. A preval¨ºncia aumenta nas ¨¢reas rurais e entre a popula??o que vive em pobreza extrema, segundo o relat¨®rio . A exclus?o de pessoas com defici¨ºncias n?o ¨¦ apenas injusta, mas insustent¨¢vel: 15 por cento das crian?as com defici¨ºncias n?o est?o matriculadas na escola e uma a cada duas pessoas com defici¨ºncia n?o participa do mercado de trabalho.
¡°Na Am¨¦rica Latina e no Caribe, n¨®s temos a enorme tarefa de reconstruir as economias ap¨®s uma das crises mais devastadoras, causada pela pandemia da Covid-19. Evid¨ºncias globais comprovam que o crescimento por si s¨® n?o ser¨¢ suficiente para reduzir as desigualdades existentes,¡± declarou Carlos Felipe Jaramillo, Vice-Presidente do Banco Mundial para a regi?o da Am¨¦rica Latina e do Caribe. ¡°As pessoas com defici¨ºncias devem ser capazes de participar integralmente da vida p¨²blica sem sofrer discrimina??o ou marginaliza??o nas escolas ou locais de trabalho. Al¨¦m disso, elas devem conseguir acumular o capital humano necess¨¢rio para serem inclu¨ªdas e terem dignidade e oportunidades na vida, assim como estarem aptas a contribuir para a reconstru??o de nossos pa¨ªses."
A pobreza, a falta de acesso ¨¤ educa??o e a oportunidades de trabalho, a informalidade, a falta de reconhecimento da capacidade legal e a discrimina??o s?o realidades vivenciadas diariamente pelas pessoas com defici¨ºncias. Segundo o relat¨®rio, a defici¨ºncia e a pobreza alimentam-se mutuamente. Uma em cada cinco fam¨ªlias que vivem na pobreza extrema na regi?o tem um membro com alguma defici¨ºncia. Al¨¦m disso, cerca de sete em cada dez fam¨ªlias cujos membros t¨ºm defici¨ºncias ficam vulner¨¢veis a cair na pobreza em situa??es de crise.
O relat¨®rio analisa como alguns grupos que j¨¢ encaram algumas desvantagens s?o especialmente vulner¨¢veis, incluindo as mulheres, a popula??o rural, as popula??es ind¨ªgenas e os afrodescendentes. Por exemplo, em pa¨ªses t?o diversos quanto o Brasil, a Costa Rica, o Equador, o M¨¦xico e o Uruguai, as pessoas com defici¨ºncias s?o, em m¨¦dia, 24 por cento menos propensas a completar o ensino fundamental; esse n¨²mero sobe para 30 por cento se elas tamb¨¦m pertencem a uma minoria ¨¦tnico-racial. As desigualdades de g¨ºnero tamb¨¦m agravam os desequil¨ªbrios. Na maioria dos pa¨ªses da regi?o, a probabilidade de vulnerabilidade aumenta se a fam¨ªlia ¨¦ liderada por uma mulher. Quando uma fam¨ªlia tem uma pessoa com depend¨ºncia funcional, geralmente s?o as mulheres que assumem as responsabilidades pelos cuidados n?o remunerados, segundo revelou o estudo. O valor desse trabalho n?o remunerado varia de 16 a 25 por cento do PIB.
O n¨²mero de pessoas com defici¨ºncia tende a aumentar no futuro devido ao envelhecimento da popula??o, j¨¢ que as defici¨ºncias tendem a se acumular com a idade. A popula??o regional com idade acima de 60 anos deve aumentar dos atuais 59 milh?es para aproximadamente 196 milh?es em 2050, tornando-se essencial avan?ar com pol¨ªticas inclusivas. Segundo o relat¨®rio, se isso n?o for feito, a sustentabilidade da recupera??o p¨®s-pandemia no longo prazo pode ser prejudicada.
Considerando que as pessoas com defici¨ºncias s?o um grupo diverso, o relat¨®rio enfatiza a import?ncia de elaborar pol¨ªticas ajustadas ¨¤s condi??es espec¨ªficas de cada pa¨ªs e situa??o. Fazer isso requer dados melhores e em maior quantidade, objetivos claros e mensur¨¢veis, abordagem e elimina??o de estere¨®tipos, e fortalecimento das organiza??es de pessoas com defici¨ºncias. O relat¨®rio destaca o grau de extrema vulnerabilidade de grande parte desse grupo e ressalta a crescente visibilidade da exclus?o das pessoas com defici¨ºncias. Essa situa??o representa um desafio significativo para o desenvolvimento sustent¨¢vel da Am¨¦rica Latina e do Caribe.
Conhe?a mais sobre o trabalho do Banco Mundial na Am¨¦rica Latina e no Caribe: www.worldbank.org/lac
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